NOBREZA

Se me podares pela manhã

Ao entardecer

Minhas veias cinzentas

Ferozmente rasgaram as entranhas

Que as prendem ao metal frio e mórbido

E ao anoitecer

Folhas e flores vivamente

Renasceram

E na manhã seguinte

Todo o “sais” das lágrimas alheias

Absorverei sem evaporar qualquer essência

Que não seja a minha.

Não sou uma modesta planta.

Sou uma trepadeira

Constante movimento.

A poda não me enfraquece,

Apenas acrescenta a nobreza

De minha força.