LUZ DA POESIA






(1)


Toda noite

A saudade vem como

Uma lua consumida

Diante da folha em branco:

Lua desabrochada, lua e tinta.



Tantas vezes eu vi

A irmã lua virar princesa

Tantas vezes eu vi

O irmão rio

Beber o verão na mesa




Tantas vezes eu vi

O poema circundar a melodia,

E no lúcido papel evaporar

Virar densidade – melancolia.



Tantas vezes eu me rasguei

Por dentro – e mostrei o meu

Sangue – luta das veias na areia



Uma ave voar, e virar velocidade

Um raio de sol, iluminar a cidade

O amor virar eternidade.



(2)


A noite inteira

A poesia germinou luz

Cores do sol – a folha

Que a primavera traduz.



Um ser olhando pela janela...

Cartas de amor – versos lúcidos

Manhã de primavera.



Pensamentos que voaram

E se estenderam na s avenidas

Iluminadas


Arcanjos – fogo aceso – paixão alucinada



Agora;

Noite...

Os continentes se acendem

E o sentimento de quem ama

Aflora-se na calçada


Peixes – cavalos – um pedaço de mim

Que vira trovoada.


ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 24/09/2009
Código do texto: T1828195
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