A GRAÇA DE UMA PRAÇA

A graça de uma praça

É uma orquestra a tocar,

Repentista a improvisar,

Seresteiro a serestar

Numa noite de luar!

A graça de uma praça

É pipoca a pipocar,

É doceiro a adocicar,

É sorvete a refrescar

E a meninada a adorar!

A graça de uma praça

São crianças a brincar,

Os velhinhos passeando,

São as moças desfilando

E os rapazes paquerando

-as querendo conquistar!

A graça de uma praça

É olhar o que se passa,

Pra depois se comentar...

É o rico com o pobre,

É o preto com o branco

Sentados no mesmo banco

Alegres a prosear!

A graça de uma praça

É ver nela a populaça

Que passeia e se enlaça,

Se encontra e se abraça

Conjugando o verbo amar!

A graça de uma praça

É o povo, é a massa,

Que vem nela passear;

Sem fazer uma arruaça,

Destruir só por pirraça,

Pois a praça só tem graça

Se a gente conservar!