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DAS TULIPAS AO SANTO GRAAL

Dos teus olhos o mel
de que faço meu veneno
Do céu o santo véu
ao gotejar o sereno.
O sol lentamente
risca o universo e os versos
que como meus rabiscos
em montanhas se escondem.
Nas portas do entardecer
o amor também se fecha,
e nas janelas do alvorecer
o amor esvai-se pelas brechas,
e o cupido fere-se
com as próprias flechas.
Deixo esta para se pensar.
Mesmo o que se julga liberto
é escravo da própria consciência,
e se faz de cego
para as vezes não enxergar.
Mesmo parecendo paradoxal,
amar as vezes ,
é doce com gosto de sal.
Se tem o momento da chegada,
precisa-se saber bem
escolher o momento da partida.
Sol , flores e frutos
praias, jardins, pomares
tolido no cálice.
No vinho
a vontade do freguês
Na tulipa , ou no Santo Graal
a minha embriaguês
dará a vêz
a minha vêz.

Rs trigueiros
15 de Setembro de 2009 18:00 hs