ASPIRAÇÃO
quero o poema fluente
como flui a água da sanga
esmerado ao tato dos olhos
sabor da polpa da manga
quero um poema alegre
como livre o pássaro voa
tão suave deslize a palavra
quão n'água desliza a canoa
quero o poema puro
como a fonte verte cristais
que se confunda ondulante
com o verde-louro dos trigais
seja sábio e nu o poema
e esta arte recrie poetas
navegue nos mares do livro
sem o mofo das gavetas