Alvorecendo
Estava tudo escuro,
Um frio mudo.
A lua cheia começando a minguar
Quando o dia começou a raiar
Por sobre as montanhas,
Com sua elegância tamanha!
Havia me esquecido
Como essa cena afeta os sentidos...
O mar calmo e quieto,
Limitando-se a refletir
O fantástico colorir
No céu repleto...
Algumas nuvens como coadjuvantes
E seus desenhos incessantes.
Tudo generosamente iluminado
Por tons de dourado alaranjado,
Pulsando vivos,
Em compassos lindos,
Convidando o azul
A se espalhar de norte a sul.
Praia deserta...
A sensibilidade em total alerta!
Um espetáculo contundente!
Um concerto eloquente,
Provavelmente, visto por poucos,
Por trabalhadores e loucos...
Os privilegiados,
Os contemplados!
E eu ali, parado!
Enternecedoramente chocado.
Chego à conclusão,
Que a vida não pode ser uma contusão...
Nem uma materialista-capitalista prisão.
Está mais para um samba-exaltação!
Cujo enredo
É o enlevo
Que faz gingar o coração,
Frente à cadência da imensidão...
Que de tão espontânea,
É absolutamente magnânima!!!