Alvorecendo

Estava tudo escuro,

Um frio mudo.

A lua cheia começando a minguar

Quando o dia começou a raiar

Por sobre as montanhas,

Com sua elegância tamanha!

Havia me esquecido

Como essa cena afeta os sentidos...

O mar calmo e quieto,

Limitando-se a refletir

O fantástico colorir

No céu repleto...

Algumas nuvens como coadjuvantes

E seus desenhos incessantes.

Tudo generosamente iluminado

Por tons de dourado alaranjado,

Pulsando vivos,

Em compassos lindos,

Convidando o azul

A se espalhar de norte a sul.

Praia deserta...

A sensibilidade em total alerta!

Um espetáculo contundente!

Um concerto eloquente,

Provavelmente, visto por poucos,

Por trabalhadores e loucos...

Os privilegiados,

Os contemplados!

E eu ali, parado!

Enternecedoramente chocado.

Chego à conclusão,

Que a vida não pode ser uma contusão...

Nem uma materialista-capitalista prisão.

Está mais para um samba-exaltação!

Cujo enredo

É o enlevo

Que faz gingar o coração,

Frente à cadência da imensidão...

Que de tão espontânea,

É absolutamente magnânima!!!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 08/09/2009
Código do texto: T1798362