Feitiço da Serra

Nos desenhos da serra,

Riqueza inegável dessa terra,

Sob um céu quase todo nublado,

Uma faixa no meio da montanha

Totalmente ensolarada: uma beleza tamanha,

Que interpretei como um pessoal recado,

Posto que um pouco abatido tenho andado,

Por ver mais uma vez, mais um grande sonho ser colocado de lado.

Mesmo em meio às nuvens cinza,

Um pedacinho de sol pode evocar cores lindas,

Removendo toda a tristeza

Que, a bem da verdade,

Nem combina com a natureza,

Que se sente mais confortável em meio à felicidade;

De preferência cercada por tranquilidade,

Livre de toda e qualquer ambiguidade.

O poder da faixa ensolarada era tão grande,

Que transformou tudo à volta em uma moldura gigante.

Como se tivesse valida a pena nublar,

Apenas para ver o céu começar a abrir,

Fazendo a mata agradecidamente sorrir:

Com um prazer incontestável,

Numa harmonia invejável,

Com um espontâneo e bem sucedido renovar.

O melhor da tempestade é: sobreviver,

Nem que seja só para ver,

Mais uma vez, o sol nascer,

Cada grão do solo enverdecer.

Um a um,

Um por um...

Cada reino, à sua maneira, responder,

Numa demonstração ostensiva,

Como se fosse a última alternativa:

Redescobrir o prazer

De ser,

De estar,

De continuar

A viver!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 22/08/2009
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