PLENITUDE
PLENITUDE
J.B.Xavier
Assim, eu queria viver...como folha ao vento,
Como barquinhos de papel na enxurrada,
Sem destino, sem meta, sem intento,
Sem partida, sem retorno, sem chegada...
Viver cada lágrima, cada momento impreciso
No instante mais puro da emoção
Pulsar do riso ao pranto, do pranto ao riso
Do coração à alma, da alma ao coração...
Seguir assim, como pólen, ao sabor da liberdade
Nas carícias do frescor da ventania
Reconfortar-me na esperança e na saudade
E acordar em cada aurora, aspirando um novo dia!
Queria ser o último aceno, o último licor
O último porto, a última parada
E no nada, ser a vida, e no tudo, ser o amor,
E ser, ao mesmo tempo, o tudo e o nada!
Queria ser palavra solta à eternidade,
Ser gesto, afago, certeza e insegurança
Luz e escuridão, esquecimento e saudade,
Tristeza e alegria, desespero e esperança...
Sem destino, sem meta, sem intento,
Assim eu queria viver, espalhando-me pelo universo
Sentindo a eternidade de cada momento,
No instante mágico do nascer de um verso...
* * *