PLENITUDE

PLENITUDE

J.B.Xavier

Assim, eu queria viver...como folha ao vento,

Como barquinhos de papel na enxurrada,

Sem destino, sem meta, sem intento,

Sem partida, sem retorno, sem chegada...

Viver cada lágrima, cada momento impreciso

No instante mais puro da emoção

Pulsar do riso ao pranto, do pranto ao riso

Do coração à alma, da alma ao coração...

Seguir assim, como pólen, ao sabor da liberdade

Nas carícias do frescor da ventania

Reconfortar-me na esperança e na saudade

E acordar em cada aurora, aspirando um novo dia!

Queria ser o último aceno, o último licor

O último porto, a última parada

E no nada, ser a vida, e no tudo, ser o amor,

E ser, ao mesmo tempo, o tudo e o nada!

Queria ser palavra solta à eternidade,

Ser gesto, afago, certeza e insegurança

Luz e escuridão, esquecimento e saudade,

Tristeza e alegria, desespero e esperança...

Sem destino, sem meta, sem intento,

Assim eu queria viver, espalhando-me pelo universo

Sentindo a eternidade de cada momento,

No instante mágico do nascer de um verso...

* * *

JB Xavier
Enviado por JB Xavier em 21/08/2009
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