de Edson Gonçalves Ferreira
para Joaquim Evônio, Zé Albano, Miguel e Malubarni e
Susana e Dulce e meus amigos amados e meus familiares
Deixei Portugal, partido
Meu coração vitral multicor espelhava
Pão, vinho, queijo, jabuticaba, goiaba e bocas encantadas
Além do fado, canções dolentes se ouvia
Do profundo ser plural
Um samba encurtava distâncias
Agora, longe é lugar que não mais existe
A família encontrada lá e cá
Tágides, ninfas, sílfides dançam
Na minha sala ensolarada
Entre cachos de uvas de cristal e flores tropicais
Navego no Tejo e no Itapecerica
Rios de minhas aldeias sem limites
Acariciam a terra de minha alma
Ela escuta a melodia das águas
É como um cais de pedra
Tanta saudade cruzada
Meu coração sem juizo, é pura sinfonia
Todos os ais do mundo suspira
Sou metade de dois mundos
Fruto dos meninos que sairam venturosos e aventurados
Comungo o novo e o lendário
Mas meu canto é pobre
Sou apenas um pardal de Deus
E pio, e pio, e pio
Feliz, porque mesmo pobre o canto meu fica universal.
Divinópolis, Minas Gerais, Brasil, 12.08.09 (Depois de trabalhar um dia todo e chegar da Universidade cansado)
Interações poéticas
Vou brindar a você o melhor vinho
Flutuando na estrada dos seus versos
Que, por ricos, nos deixam submersos
Nesse rio caudaloso de carinho
Como a flor que perfuma cada espinho
E a leveza que sopra o minuano
Agradeço as palavras do decano
Pelo mote abaixo recitado
Nesta vida quem pega o bonde errado
Vai parar na estação do desengano...
16.08.09