UM BRINDE À MINHA VIDA!
Cresci no ventre materno
Recebi carinho externo!
A mãe-de-leite, madrinha,
Foi a segunda mãe minha!
Cresci, assim, embalado,
No amor do Lar abastado
Com meu pai, irmãos, irmãs,
E mais parentes dos clãs!
Aos cinco, lia e escrevia
Aos dezoito colaria
O meu grau de professor
Em mais um ato de amor!
Perdi meu pai muito cedo
Sofri calado, em segredo!
Fui pai aos vinte e seis anos
Tive glórias, desenganos...
A minha mãe se despedia
Da vida ao meio-dia
Gravando a triste manchete
Num jovem de vinte e sete!
Minha vida, então, desandou...
Minha sorte, assim, resvalou
Para outras aventuras
Novas plagas, criaturas...
Sou poeta e sou cantor
Faço tudo pelo amor
Que dedico aos parentes
Mulher, filhos, aderentes,
Os amigos que somei
Que são poucos, eu bem sei
Mas são o melhor tesouro
Desde o tempo de calouro!
Estou na terceira idade
Já não ligo pra vaidade.
Pra meus filhos deixo a herança:
Um container de esperança,
Alguns livros publicados
Discos e vídeos gravados
Pra que sirva de lição
Me dei bem? Eis a questão!
Se acharem que fracassei
Não repitam onde eu errei
Procurem outra tangente
Um caminho mais consciente
Onde possam discernir
A luz a lhes conduzir
No caminho da verdade
E encontrem a felicidade
Nos encontros, nos momentos,
Sem mágoas e sem lamentos.
Assim, brindemos à vida
Sem tristeza e despedida!