É UM PRAZER VIVER
O meu corpo decrépito é cruel
Quando me aponta que já vivi
Mais da metade da minha vida
E que estou próximo de sair de cena...
Exatamente no momento em que eu me sinto
Em plena capacidade intelectual
Produzindo cultura, usando o meu corpo
Ao máximo em função do amor e de amar...
Não me parece agradável
Que a qualquer momento tudo possa acabar
Porque o ser físico-químico que sou
Desgastou-se e já não corresponde ao que eu penso ser...
Pesam os números exatamente no momento
Em que descubro que viver dá prazer
E que é um prazer viver plenamente
Mas o meu corpo cansado não corresponde mais...
Sinto fisicamente as “baterias” fracas
Enquanto meu cérebro a todo o vapor
Quer vigor, tem sede de experiências e vivencias
E não é justa a luta de um jovem contra um senhor cansado...