A trégua do tempo

Do universo caminhante, na mäo a candeia

qu'ilumina dentro de nos'ao redor clareia,

muitos passos andantes param se perdem,

pintando regressos contiguos que ardem!

Consomem, questionam e fatos presenciam

em morosidade meio temerosa, àrdua luta,

dividindo opçöes e submissöes,sob alerta

da voz do Alto aos sonhos que reiniciam!

Na pedra sentado,esperando vir a bonança,

alguém quedou, parou e chora desesperança

combalida pelo bulicio, que ele näo sabia,

do seu interior dedilhando destemperança

ou inumeros chamamentos que näo atendia!

Barbas longas beirando muitas desilusöes,

nos pensamentos sedimentaram grosso limo,

revolta por se sentir o proprio desaprumo,

suas peles sangrentas despetaladas marcam

pequenez nas migalhas implorando emoçöes!

Mas quando desatinados em plena algazarra,

perdidos no desvendar as pegadas na terra,

acordam o velho fatigado, aos chacoalhos,

aos trancos e barrancos, nos tênues galhos,

relutantes porém àquela seca avassaladora,

um forte gargalhar da molecada faz em eco,

ungindo na inocência,geraçäo da primavera

à experiência outonal e se fez o cântico!

Teria sido a providencial trégua do tempo,

a batalha quieta d'um velho coraçäo limpo,

ou aind'irreverência d'um grito futurista,

quem é que avalanca saude e vida inventa?

Grenoble-Fr-05/06/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 05/06/2006
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