A Nascente das Águas

As águas repousam
em nascentes de minas
para depois correrem em riacho.
O riacho que contorna as serras,
que toca com suas águas límpidas
a terra fértil,
criando trilha, traçando desenho,
metáforas das linhas do destino.
Divagam pensamento e imaginação.
E então olhos marejados,
superfície por onde se materializam
as emoções do espírito.
Emotividade. 
O infinito toca com maestria
o instrumento da alma,
desperta na efemeridade.
Um corpo sólido
quer fluir em liberdade,
quer se expandir, quer fugir
da multidão urbanóide,
quer voar por brisas suaves
abandonando o neurótico  
andar convulsivo das metrópoles.
Farto com a solidez do chão,
perde densidade humana
para fluir em espírito
entre as nuvens rarefeitas,
belas e espaçadas nuvens 
cuja imagem desperta
para a sensualidade
que oculta-se na paz
que surge após a satisfação,
na harmonia do prazer realizado.
No fluir dos líquidos divinos,
que desafiam os desertos profanos.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 03/07/2009
Código do texto: T1680868
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