O Mar
  
O mar pactua com as forças da eternidade.
O Homem e suas ilusões
são como castelos de areia à mercê das ondas.
O amor pactua com o eterno, a paixão com o fugaz.
 
O coração pulsa na cadência da vida,
a alma pulsa na interação com o etéreo.
É o sol dourado que faz esvair os porões da noite,
é o suave sol da manhã que ilumina velhos sonhos.
 
Sonhos que são tantos quantos as estrelas celestes.
Sonhos que se multiplicam como os grãos de areia
Areias que ao refletir os raios solares se fazem brilhantes,
e seu pó ganha magia nas cristas salinas das ondas.
 
Movimento das ondas nas praias, carícias do mar,
mar viajante planetário, cigano sem morada.
Sempre chegando, no mesmo ritmo em que vai embora,
Trazendo e levando notícias como que mensageiro.
 
São praias de todas as partes do globo,
Ali deixa parte de si, e leva parte do lugar,
liga a todos, sem perguntar se querem  ser ligados.
É globalizado acima das nações, é congraçador.
 
Filho do planeta, e filho da Criação.
É criatura maior, em meio às outras menores.
Lenda antiga, desafio à pequenez humana.
Nele está Netuno, nele está a sedutora sereia.
 
Ondas rendadas, brumas de Castro Alves,
inspiração para a liberdade, fluxo da vida.
Seu urro feroz, com ondas temperamentais,
voz no tom grave, e suas ondas pacíficas.
 
Tem no seu movimento paz e guerra.
Amante da lua, amante das terras,
Viril viajante a deixar histórias e filhos,
dono de muitos amores e uns tantos ódios.
 
São correntes marítimas a congregar
com as correntes de vento. Suave onda,
suave brisa marítima, a criatura humana,
mergulhada na expressão total da Criação.
 
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 11/05/2009
Reeditado em 12/05/2009
Código do texto: T1588083
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