Raio de Lua
 
 
Lua, luar de prata a inundar o céu.
Lume celestial, bola celeste.
Satélite terrestre, capitã dos mares,
proprietária das regras feminis.
 
Vaga em sua falsa solidão,
pois que comunga com as estrelas.
Prata a ver o azul da bola terrestre,
dona do horizonte noturno.
 
Enfeita como jóia rara as cordilheiras,
brinca de intimidade quando se faz perto.
Finge-se de saudade quando vai ao longe,
mas é sempre presente, mesmo quando oculta.
 
Toma de empréstimo a luz solar
e brilha diferente, no seu tom.
Dona da noite, posseira dos corações,
deusa e musa das poesias.
 
Sua beleza tem perfil das fêmeas da terra.
É brilho atraente como os olhos da musa.
É dama que gosta da noite, e só espia o dia.
Convida o despertar dos perfumes nos jardins.
 
É madura, com o saber das mulheres sábias.
É menina que desperta a paixão nos meninos.
Lua do dragão, do Santo Guerreiro,
dos príncipes encantados das apaixonadas.
 
É dona das lendas, é nórdica e africana.
São suas filhas as fadas e ninfas.
São suas meninas Iansã e Iemanjá.
Pactua com todas as fêmeas da Terra.
 
Deusa de luz curativa, mãos de luzes.
Guardiã do portal do céu.
Medianeira da Terra e o Universo,
mãe e filha do Planeta das Águas.
 
Pequena jóia, mas de raro poder,
comunga com a fertilidade,
avisa à primavera, nutre todas as estações.
Flor do céu, convite ao questionamento.
 
Dona dos risos e dos choros,
pois que abençoa e ilumina as lágrimas,
transforma-as em gotas de cristais,
posseira dos sentimentos e emoções.
 
Por hoje, por ontem, pelo amanhã,
Nova, Crescente, Cheia e Minguante,
para todo o sempre,
a iluminar as efêmeras flores,
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 11/05/2009
Reeditado em 17/10/2009
Código do texto: T1587928
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