Sexo e Morte = Sonho/s

Comenta PoetaGalega (em 27/04/2009 16:12) o texto meu, escrito sobre o seu, «SSSSSSSSSSSSonho» (T1562650): «Caro, mas eu dizia «fazer sexo com os Sonhos» e não «no Sonho fazer Sexo», que acho cousa bem diferente... Mas claro, cada poeta interpreta. Beijo.»

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Tens toda a razão: Não é o mesmo

«fazer sexo com os Sonhos»

e

«no Sonho fazer Sexo».

Também acertas (e como!) nisso

de que «cada poeta interpreta».

Contudo, agradeci e agradeço

muito mais o teu «Beijo», fim

do comentário, hoje que soube

da morte (imprevista para mim,

embora já nos preparara o "gajo",

com a sinceridade e zombaria de sempre)

de Javier, Javier Ortiz: Sabes quem é,

quem era..., quem é, quem ainda continua

a ser vivo na memória dos amigos.

Para ele (e para nós!) tanto tem

agora (tanto terá ou teve talvez)

«fazer sexo com os Sonhos»

ou

«no Sonho fazer sexo»:

Ele (sei-o bem, mas não me perguntes

que fundamento racional possa aduzir)

tinha Sonhos, albergava-se no Sonho

e com certeza exercia o sexo

porque acreditava no Sexo...

No auto-obituário (escrito por ele:

podes lê-lo

(em http://www.javierortiz.net/jor/dedo/sueno-con-jamaica

(ou também aqui, http://www.javierortiz.net/jor/apuntes/obituario)

confessa que «Se dedicó básicamente

a mirar lo que había por sus cercanías,

en particular el pecho de las señoras

– ahora que ya está muerto

podemos descubrir ese inocente secreto suyo –,

y a estudiar cosas tan peregrinas

como las ciudades costeras del Perú,

de las que no logró olvidarse

hasta su postrer respiro.»

Também desconfessa, referido não só ao sexo,

que «Los jesuitas trataron de encauzarlo

por el buen camino, pero él descubrió

muy pronto que era comunista.

Eso malogró del todo su carrera religiosa,

ya de por sí poco prometedora,

sobre todo desde que notó con desagrado

el interés que algunos sacerdotes

ponían en sus partes pudendas.»

Cito por extenso

esta parte do obituário, do "self-obituário".

Podia citar outras, mas prefiro que, se quiseres,

sejas tu, tu mesma, quem leias essa

e as outras partes nada pudendas

do texto, tentamento, autobiografia

ou o que carago seja esse último escrito

do amigo, do grande amigo (grande, sim, era, é)

Javier Ortiz, de sangue galego, um quarto apenas,

recebido do avô...

(Já sabemos, cara, que os galegos

andam por todo o mundo, no sangue

de quase todas as pessoas

que habitam este pestífero Planeta:

É sangue que faz

com que seja menos pestinencial...)