Letras e Tintas
Primeiras expressões, primeiro passos....
E onde está o caminho?
É a força que mobiliza a paixão?
Ou a paixão que comanda a força?
Pode a vontade de um único ser se dividir?
No limiar do amor, o ódio parece tão próximo...
Por quantas vezes serei por mim,
Por quantas outras me perderei por outros?
Os olhos querem encontrar uma imagem,
Mas o olhar nada encontra, senão vazio.
O movimento é interno,
o coração está disparado,
Sombras ainda ocultam a visão.
Por que não a luz? O esclarecimento.
Por que o rosário de tantas dúvidas?
E tudo parece estar tão próximo,
Mas, como num jogo, é na proximidade
Que tudo se esvai, em impulso,
para a distância.
Não se trata de querer,
mas por que querer.
Misto do adulto que não existe
Com a infância que não quer se perder.
E como abrir mão daquilo
que a posse não deixa?
Em meio a um todo que parece crescer,
Algo ainda que minúsculo,
se torna ainda menor,
Desaparece, para depois
voltar irritado com a fuga.
No buscar da harmonia
encontrar o conflito,
Repudiar o conflito,
não querer conflitar-se,
E, no entanto,
se ver refém de hora para outra,
Querendo gozar de uma liberdade
que nunca teve,
Construindo castelos
com pincéis e tintas.
Até onde podem resistir tais fortalezas?
Por que haveriam de querer resistir?
Pois se é no sentir-se vulnerável
que se ganha força.
O desafio é antes de tudo inquietação.
As emoções parecem calmas,
E se é que isto é possível,
É a razão que verte lágrimas.
A boca não quer dizer,
Os olhos se escondem do olhar
Que parece ver tanto,
mas tudo ocultar.
No nascer está subscrito
o terrível destino de um dia morrer.
Na possibilidade de eternidade,
a conclusão de nossa efemeridade.
Haveremos de ser sempre crianças
diante do universo.
O ser adulto talvez seja,
por fim, a grande ilusão.
Um bebê chora no berço,
está vivo;
Vivo está,
e por sentir ódio descobrirá a amor.
Por sentir solidão
saberá o valor do afeto.
Música ao longe, vozes ao longe,
Distante de tudo, distante de si,
Para descobrir
que nunca esteve tão próximo
Primeiras expressões, primeiro passos....
E onde está o caminho?
É a força que mobiliza a paixão?
Ou a paixão que comanda a força?
Pode a vontade de um único ser se dividir?
No limiar do amor, o ódio parece tão próximo...
Por quantas vezes serei por mim,
Por quantas outras me perderei por outros?
Os olhos querem encontrar uma imagem,
Mas o olhar nada encontra, senão vazio.
O movimento é interno,
o coração está disparado,
Sombras ainda ocultam a visão.
Por que não a luz? O esclarecimento.
Por que o rosário de tantas dúvidas?
E tudo parece estar tão próximo,
Mas, como num jogo, é na proximidade
Que tudo se esvai, em impulso,
para a distância.
Não se trata de querer,
mas por que querer.
Misto do adulto que não existe
Com a infância que não quer se perder.
E como abrir mão daquilo
que a posse não deixa?
Em meio a um todo que parece crescer,
Algo ainda que minúsculo,
se torna ainda menor,
Desaparece, para depois
voltar irritado com a fuga.
No buscar da harmonia
encontrar o conflito,
Repudiar o conflito,
não querer conflitar-se,
E, no entanto,
se ver refém de hora para outra,
Querendo gozar de uma liberdade
que nunca teve,
Construindo castelos
com pincéis e tintas.
Até onde podem resistir tais fortalezas?
Por que haveriam de querer resistir?
Pois se é no sentir-se vulnerável
que se ganha força.
O desafio é antes de tudo inquietação.
As emoções parecem calmas,
E se é que isto é possível,
É a razão que verte lágrimas.
A boca não quer dizer,
Os olhos se escondem do olhar
Que parece ver tanto,
mas tudo ocultar.
No nascer está subscrito
o terrível destino de um dia morrer.
Na possibilidade de eternidade,
a conclusão de nossa efemeridade.
Haveremos de ser sempre crianças
diante do universo.
O ser adulto talvez seja,
por fim, a grande ilusão.
Um bebê chora no berço,
está vivo;
Vivo está,
e por sentir ódio descobrirá a amor.
Por sentir solidão
saberá o valor do afeto.
Música ao longe, vozes ao longe,
Distante de tudo, distante de si,
Para descobrir
que nunca esteve tão próximo