A tarde

Cai a tarde, serena e mansamente

o sol como um rubi encravado no horizonte

lança os seus raios sobre as colinas

e reflete chispas vermelhas sobre a água da fonte

Por entre as ramadas, o gorgeio das aves

em busca do seu ninho

os insetos e as borboletas entre as flores

se escondem nos arbustos à beira do caminho.

E o lavrador volta para casa cansado

do seu trabalho ao decorrer do dia

e vem se aconchegar com os seus no casebre

como um hino de amor, rezam a Ave-Maria.

E a noite vem chegando de mansinho

como um manto leve, cinza-azulado

vai descobrindo as mangas lentamente

num abraçar de braços encantados.

Isabel Camargo Pontes