Três poemas bobos, diferentes e altamente inconseqüentes.
Autor: Daniel Fiúza.
23/03/2006
O índio mora na oca
branco sempre se entoca
o peixe fica na loca
na terra tem a minhoca
o bêbado só se invoca
melhor café e o Mooca
coelho vive na toca
a pior praga é a broca,
mas quem vicia é a coca
bom no cinema é pipoca
move o moinho à roca
metamorfose é troca
beijo pequeno é beijoca
galinha morta não choca
filha de rico é dondoca
no pé da orelha é fofoca
salve a saudosa maloca
no pilão se faz paçoca
a do Rio é carioca.
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Nunca vi.
Nunca vi pena de chester
nem lágrima de jacaré
gente por um ovo em pé
tomar pinga de colher
francamente nunca vi.
Cabeça de bacalhau
o pote do arco-íris
tomar uma sopa no pires
o cabra viver sem bílis
francamente nunca vi.
Cavalo subindo escada
vampiro ir ao dentista
um bêbado equilibrista
um galo perder a crista
francamente nunca vi.
Uma vaca voadora
o político não mentir
a pegada do saci
o preço nunca subir
fracamente nunca vi.
Quem nunca disse mentira
Nunca vi alma penada
Mulher não levar cantada
Zebra que não é listrada
Francamente nunca vi.
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Formigueiro
Fui subir no coqueiro
pro mode pegar um coco
e quando tava no meio
passei o maior sufoco
um monte de tanajuras
saídas dumas fissuras
me deixaram quase louco.
Eu nem pude dar o troco
desci c'um elas mordendo
algumas até matei,
mas fiquei todo fedendo
onde abunda tanajura
a vida não é segura
sua extinção eu defendo.
O seu traseiro é tremendo,
pior que a ferroada
quando ela solta o rabo
a pele fica encarnada
o mel que sai lá de dentro
de qualquer lado ou centro
deixa a cabeça encharcada.
Essa formiga danada
me fez descer bem ligeiro
quase que quebro o coco
pro causa do formigueiro
agora já fiz minha jura
para não sentir gastura
não trepo mais em coqueiro.
Domfiuza