A chuva cavalga

Gotas tensas escorrem
Pela vidraça do meu quarto
Chegaram a galope
Cavalgando o vento
Que se dispersa aqui bem dentro
Do meu coração.

Na tépida calma
Sinto o hálito refrescante
Da manhã que chega
Sufocando a madrugada!
Olho o céu e as gotas na janela
Sozinha, medito...
E sinto jorrar em mim
Um silêncio acolhedor
Faço do meu corpo
Templo e altar...

E as gotas escorrem
Pela vidraça embaçada
Na manhã diáfana...
As nuvens se dispersam
E se despedem em silêncio.
O céu está claro, o sol desponta
E o dia sorri pra mim...