UMA ILHA INESQUECÍVEL
Oh, pequena ilha,
Que no meu coração partilha,
Muitos corações,
No transbordar das emoções.
Ali, reencontrei a felicidade.
Na companhia de amigos de verdade.
Vivi três dias encantados.
E um cenário deslumbrante.
Que iluminou meu semblante.
E a cada hora que passava.
Eu via que não sonhava.
Porque a realidade me mostrava.
Que tudo era palpável.
Naquele ambiente saudável.
Ali tinha boa prosa.
Uma boa música.
E ótima companhia.
Como também uma boa comida
E muita bebida.
Ali imperava a alegria.
E de longe se via.
O tom da cordialidade.
Naqueles amigos da cidade.
Que se reuniam naquela orla.
Em volta do Formoso.
Num banho gostoso.
De águas cristalinas.
Que ilustravam suas cachoeiras.
Dando-nos seu aconchego.
Como se fosse um chamego.
Que vinha do fundo.
Com o mergulho profundo.
Daquelas Piraputangas.
Que dançavam em cirandas.
Como se fossem ciganas.
Lendo a nossa sorte.
Mostrando nosso norte.
Com emoções muito fortes.
E assim passaram as horas.
Já hora de ir embora.
Quando todos se calaram.
Era tempo de se ir.
Porque a realidade voltava.
Depois do sonho efêmero.
Naquelas verdes matas.
Que a todos encantavam.
E, lá nos Céus!
As nuvens no horizonte.
Esconderam o sol brilhante.
Pela tristeza da saída.
Que se mostrava aturdida.
Pela dor da partida.
Então tudo acabou.
E as barracas esticadas.
Foram logo desmontadas.
Com uma carga pesada.
Da dor da despedida.
Assim, o sonho terminava.
E tudo se transformava em saudade.
Mas tudo como uma suave lembrança.
Como fonte de esperança.
Para que n’outro dia.
Quem sabe possamos retornar.
Porque agora só nos resta sonhar.
Com aquelas lembranças indeléveis.
Que permanecerão latentes.
Em todos os sentidos da mente.
Renovando nossas energias.
Para que possamos enfrentar o dia-a-dia.
Com as lembranças daqueles momentos.
Em companhia dos nossos rebentos.
Que também se divertiram à beça.
Fazendo-nos fazer uma promessa.
De retornarmos o mais depressa.
E assim nos despedimos.
Com essa lembrança latente.
Em nome de nossa gente.
Oh! Ilha do Padre...
Daqui do peito você não sai.
Ficará plantada como um grão.
Germinará nas horas difíceis.
Como um belo pé de feijão
Formará uma luz própria.
Iluminando minha alma.
Para que me dê calma.
E quando estiver trabalhando.
Não me entregarei às dificuldades.
Porque me lembrarei das suas belezas.
De toda sua natureza.
Transmitindo-me nobreza.
Tornando-me uma certeza.
Dentro da minha realidade.
Aqui na grande cidade.
Hei de vencer altivo.
Como força de um alívio.
Aliviando minha ansiedade.
Assim me despeço de você.
Em nome de todos que amam como eu.
Pois hão de reconhecer.
Que é muito bom amanhecer.
Com a suavidade de uma saudade.
De um lugar tão nobre.
Onde não há rico nem pobre.
Somente coisas muito nobres.
Que são oferecidas de graça.
Para qualquer um que passa.
Pois foi Deus quem a desenhou.
Com seus dedos de Senhor.
Tocando o coração com ardor.
De um pobre servo.
Pois assim me conservo.
Para receber tanta luz.
Que vem de lá de cima.
E fazem essas rimas.
Nas letras deste poeta...