ALEGRIA DE PRIMAVERA
De Regilene Rodrigues Neves
O último sonho acordou a primavera
Sorriram os passarinhos em algazarra...
Pombos alegres soltos pelas calçadas
Comendo as migalhas jogadas...
Festa de flores nos parapeitos das janelas
Sonhos devorando noites
E acordando manhãs orvalhadas
Em pétalas coloridas
Folhas verdejantes de esperança
Erguidas do caule maduro...
A alegria se desdobrava de fantasias
Regadas de felicidade...
Duetos de bem-te-vis e beija-flores
Sugando néctares das flores
Saciando fome de mel
Nos lábios das rosas vermelhas
Cheias de paixão
O amor escorria ali no jardim...
Sem testemunhas estrelas fantasiadas de amor
Beijavam a face da lua cheia
Que se deitava no horizonte sobre o mar...
Navegante de sonhos
Cobicei ser o poeta
Daquela poesia entorpecida de magia
Que derramara o frasco de ópio sobre o jardim...
A janela aberta sentia perfume de jasmim
Evaporar em céu aberto
Feito pluma encharcada em corpo de algodão
Dissolvendo a primavera...
A estação seguia um corredor aberto
Entre o jardim e a primavera
Sugando daquele caminho toda beleza
Esgotada de nuances enfeitando os arredores
De gotas de sonhos que pingavam na terra
Brotando fantasias pelo chão...
O jardineiro colhia pela manhã
Aquela sentimentalidade
Que colocava dentro de um vaso
Oferecido em prova de amor
Para exalar fragrância de sonhos
Colhidos com sentimentos de primavera!...
Em 14 de fevereiro de 2009