Saga no carnaval
Menino eu era caboclinho
Com arco e flecha atirando no ar
Lembro adolescente, quando fui “La ursa”
De porta em porta querendo um jabá
Batendo na lata, debaixo da máscara
Vestido de seda vermelha e azul
Um adolescente e ainda inocente
Trajei irreverente como papangu
Fui peça de enredo
Passista de frevo
No baque o enlevo
do Maracatu
Passavam por mim torrentes de cheiros
Damas coloridas e bravos guerreiros
Conheci no estandarte o luxo dos blocos
Já fui Bonaparte e maluco dos trópicos
Até me atrevi a ser compositor
Com frevo cantado pelo Claudionor
Ainda guardo comigo a grande emoção
A orquestra no “Parque” ensaiando a canção
O agora é o ontem
Quase tudo igual
Recife e Olinda
Já é carnaval