Ser Poetisa no Brasil

Escrever inconsequencias que consequentemente

irão levar-me a sequencias cadenciadas,

eloquencias trancafiadas

em absurdos meus.

É notório pra mim mesma a incerteza.

28 anos e daí?

O que foi que realmente eu fiz?

Poemas que escrevo

se fazem estórias que invento,

um pretexto, cores

e o texto eu crio.

Frio...

Cadê a experiência?

A lógica fundamentaliza idéias na cabeça,

a mente dissipa devaneios

e só me restam meios

pra achar o meu lugar.

Receio de só "achar" e não encontrar.

Lá vou eu desarrumando as frases

como se fossem versos num soneto.

Quero arrumar meus dizeres

dispersos na folha de caderno,

abrigado debaixo do teto.

O que é que vem depois do poema?

O que serei depois do poema?

Quem é que me responde?

Quem é que ao mesmo tempo

me acha e me esconde?

Luares imaginados foram desenhados

com cores de letras, frases e mais alguma coisa.

Cheiros e aromas foram sentidos

com a essência achada na forma de poema.

Pensa que sente,

realmente proclama o entendimento,

pré-ocupa a cuca

com pré-sentimento.

Eu tento, eu tento e lenta eu acho, acho...

Estou na linha de cima, estou na linha embaixo.

Fideliza com sorrisos os beijos dados,

realiza com vontade os beijos que também foram sonhados...

Isso é um poema? E daí?

O que é que ele realmente significa para mim?

Onde acharei o que perdi

e também quero saber quando verei

o que ainda não vi...

Ri.

Ria de mim, que eu rio de você.

Ilusoriamente teci versos,

querendo escrever um texto,

pretexto pra falar sobre ser.

Ser poetisa no Brasil.

Sandra Vaz de Faria
Enviado por Sandra Vaz de Faria em 11/02/2009
Código do texto: T1434145
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