A noite não dorme
E no vagão da noite prossigo,
busco uma leitura ou escrevo,
ouço músicas que não me ninam.
A noite continua meio indócil,
da varanda vejo bares, mulheres,
ao longo da avenida movimentada.
Tomo um gole d'água lentamente,
ajusto os ponteiros do meu relógio,
sobra inquietação, preciso agir.
Penso, espero, reluto, exaspero,
pego as chaves de meu automóvel,
amanhã não vou trabalhar mesmo.
Ninguém me convidou pra nada,
Sei que a alegria aguarda lá fora,
Ponho logo o meu carro nas ruas.
Chego rápido em um casa noturna,
Me envolvo na canção dos anos 70,
Convido uma garota pra dançar.
As coisas evoluíram, românticas,
Nada mais poderia me entristecer,
A noite era criança, nós dois, adultos.