Tempo de velhice

Início e fim, infância e velhice tão paradoxais,

como a própria solidão que assola multidões,

não deixe a solidão da idade pontuar os finais,

restaure, recrie, reinvente e acenda emoções!

Velho aventureiro da vida, muitas roupas vestiu,

em meio à tantas tempestades bravas ressurgiu,

teu tempo de ponderar, aparar arestas e ensinar

que o outono da vida faz florir, se frutos semear!

Teu rumo selado, do egocêntrismo ao altruísmo,

caracteriza tuas rugas serenas e desaceleradas,

pois a lentidão suave não marca o fim das cores,

ao contrário, faz degustar os melhores sabores!

Quem vê a morte como a vilã do envelhecimento

recusa idéias da velhice sadia e amadurecimento;

é uma condição a nós imposta de maneira vital,

no velho feliz a força física dá espaço à mental!

Santos-SP-13/04/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 13/04/2006
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