O sono da bela
Fico a te mirar sorrateiro
Alegre, faceiro, incendeio
Degusto e cheiro teu corpo
Ali... Está a bela adormecida
Aqui... Uma fera ensandecida
Contempla o sono da presa
Que parece adivinhar essa fome
Move-se lânguida e molinha
Na espera do pulo na carne
Passo a língua sob os lábios
Sede Insana de uma dentada
Naquela suave pele aveludada
Estou meio que fascinado
Tateio e vagueio pelos cantos
Encantos ligeiros e assanhados
Há movimento... Fico logo atento
No silêncio ouço a batida do peito
Vislumbro astuto o momento
Transmutei, novamente, de fera...
A um simples e puro menino sapeca
Sorrio da imaginação e suas peripécias.
Hildebrando Menezes