UM NATAL COMO DEVE SER

Quero mais humanidade!

Menos castanhas...

Mais coisas

Arroz com feijão,

Tipo, por que não?

A verdadeira amizade...

Apenas

Por quem amo

Engulo esta

Mortificante rotina

Das nauseabundas festas

De fim de ano

Então...

Que venham os lautos pratos,

Os banquetes incautos,

As tiranias dos presentes,

Os abraços dormentes,

Dementes!

É nesse natal das vaidades,

Das veleidades,

Que encobrirão

Um ano disperso em ilusão

E todos os outros

Que após, advirão...

Prefiro o natal dos índios

Sem rabanada, peru e vinho

Só nudez de corpo e alma,

Nenhuma falsa emoção

E profusão de inhame e caça!

Na aldeia

É natal todo dia!

O natal da pescaria,

Da brincadeira,

Da dança, da cantoria

É natal na veia!!

Um dia destes,

Chegará o "meu" natal...

Sem fogos estourando

Na minha praça;

O natal da calma;

O natal sem alma;

O natal do humano

Aquele natal

Do presente original!

Ganharei um só abraço...

Um sincero, amigo

E emocionado

Abraço...

Só isso!

E aquele que me abraçar,

Seja quem for,

Seja qual for o dia,

Mês ou ano

Estará, alí,

Como que

Caído do céu!

Neste

Mágico instante

Esta pessoa

Se tornará,

Só para mim,

Meu Papai Noel!