O meu primeiro poema
O meu primeiro poema deve ter sido escrito
quando dei o primeiro grito à nascença.
Já tinha sintomas de poesia
Acho que nasci com o sentimento de poeta
E as minhas primeiras garatujas
devem ter sido odes de fantasia e sonho.
O fantástico e o maravilhoso que me absorvia
nas brincadeiras de criança,
tinham o toque que, desenhavam já essa vocação.
Com dez anos recebi o prémio de melhor tema escrito em verso.
Bendita professora de português que fazia das aulas
teatros de declamações de textos.
Recordo o Mostrengo dos Lusiadas...que me põs a chorar de medo
e Fez, a tragédia de D Sebastião que me metia dó o coitadinho
O meu prémio, um livro, as minas de Salomão.
Ali eu soube, que sempre seria escritora e poetisa.
Nessa altura , já escrevia as histórias que ninguém lia.
Escrevia poeminhas e palavras sentimentais
que oferecia ,como prenda de anos, em dias festivos.
Achavam graça , diziam que guardavam...achavam lindo
e, que a pequenota tinha jeito.
Solitária, fechava-me na sala irritada,
tinha o meu cantinho onde sonhava.
Subia uma cadeira e declamava os meus poemas
para uma plateia imaginária ,ou então!
chamava as miudas da vizinhança
Quiz ser artista de teatro, de circo, de cinema,
declamadora, bailarina de flamengo.
Enrolava-me numa colcha chinesa,
que tinha vindo de viagens do oriente .
Uma mantilha espanhola na cabeça,
essa era da mãe e eu descobria-a.
Lia muito, acho que lia tudo o que apanhava à mão.
Com 10 anos tinha lido os classicos todos.
comprava-os num botequim de esquina
velhos ensebados a tostão
O Pitigrili tambem, sem perceber muito bem o sentido.
Adorava e adoro Sheakespeare e Romeu e julieta
e, matava-me abraçada ao meu cão.
Num dramatismo desesperado
Uma Julieta que chorava o amado.
O meu cão, esse logo que podia,
escondia-se até que eu serenasse.
O livro premiado perdeu-se no meio de dezenas de livros.
Os versos ficaram no caderno de português.
Cheguei a escrever contos infantis
e peças teatrais que ensaiava e vendia.
Dirigi uma publicação infantil onde constavam textos meus.
Nas minhas aulas de literatura incitava os alunos a lerem e escreverem.
A vida, com as suas agradáveis ou menos felizes surpresas
tomou-me o melhor do meu tempo.
Nunca, como agora faço aquilo que gosto, escrever.
Por isso nunca publiquei um livro.
Acho também que ninguém se interessaria
mas no meu intimo a esperança persiste .
O meu primeiro poema falava de neve,
era frio, mas aqueceu o meu fervor.
E essa chama eternizou-se e arde dentro de mim.
De tetita
2008
O meu primeiro poema deve ter sido escrito
quando dei o primeiro grito à nascença.
Já tinha sintomas de poesia
Acho que nasci com o sentimento de poeta
E as minhas primeiras garatujas
devem ter sido odes de fantasia e sonho.
O fantástico e o maravilhoso que me absorvia
nas brincadeiras de criança,
tinham o toque que, desenhavam já essa vocação.
Com dez anos recebi o prémio de melhor tema escrito em verso.
Bendita professora de português que fazia das aulas
teatros de declamações de textos.
Recordo o Mostrengo dos Lusiadas...que me põs a chorar de medo
e Fez, a tragédia de D Sebastião que me metia dó o coitadinho
O meu prémio, um livro, as minas de Salomão.
Ali eu soube, que sempre seria escritora e poetisa.
Nessa altura , já escrevia as histórias que ninguém lia.
Escrevia poeminhas e palavras sentimentais
que oferecia ,como prenda de anos, em dias festivos.
Achavam graça , diziam que guardavam...achavam lindo
e, que a pequenota tinha jeito.
Solitária, fechava-me na sala irritada,
tinha o meu cantinho onde sonhava.
Subia uma cadeira e declamava os meus poemas
para uma plateia imaginária ,ou então!
chamava as miudas da vizinhança
Quiz ser artista de teatro, de circo, de cinema,
declamadora, bailarina de flamengo.
Enrolava-me numa colcha chinesa,
que tinha vindo de viagens do oriente .
Uma mantilha espanhola na cabeça,
essa era da mãe e eu descobria-a.
Lia muito, acho que lia tudo o que apanhava à mão.
Com 10 anos tinha lido os classicos todos.
comprava-os num botequim de esquina
velhos ensebados a tostão
O Pitigrili tambem, sem perceber muito bem o sentido.
Adorava e adoro Sheakespeare e Romeu e julieta
e, matava-me abraçada ao meu cão.
Num dramatismo desesperado
Uma Julieta que chorava o amado.
O meu cão, esse logo que podia,
escondia-se até que eu serenasse.
O livro premiado perdeu-se no meio de dezenas de livros.
Os versos ficaram no caderno de português.
Cheguei a escrever contos infantis
e peças teatrais que ensaiava e vendia.
Dirigi uma publicação infantil onde constavam textos meus.
Nas minhas aulas de literatura incitava os alunos a lerem e escreverem.
A vida, com as suas agradáveis ou menos felizes surpresas
tomou-me o melhor do meu tempo.
Nunca, como agora faço aquilo que gosto, escrever.
Por isso nunca publiquei um livro.
Acho também que ninguém se interessaria
mas no meu intimo a esperança persiste .
O meu primeiro poema falava de neve,
era frio, mas aqueceu o meu fervor.
E essa chama eternizou-se e arde dentro de mim.
De tetita
2008