ALVORECER

Uma mansa brisa fria

Anuncia o alvorecer

A aurora doura o dia

Para a lua adormecer.

Surge o sol resplandecente

Sobre calmas águas alvas

Nuvens ralas transparentes

Vão cobrindo a estrela d'alva.

Numa orquestra enlouquecida

Trina a fauna em cantoria

Toda a mata agradecida

Se farfalha de alegria.

Reabrem-se os girassóis

Ondeando ao vento brando

Bem-te-vis e rouxinóis

Em duetos se afinando.

Galopando vão peões

Assoviando velhas trovas

Que se ouve a quarteirões

Dando ao dia boas novas.

Se aconchega a fêmea em cio

Faz-se terno o macho bruto

Do galho noviço e esguio

Cai a flor e surge o fruto.

É lindo ver a alvorada

Em nuance multicor

Sentir a vida renovada

Dar-se a ela com amor.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 05/12/2008
Reeditado em 11/12/2008
Código do texto: T1320410