UM PESCADOR

Lua cheia que vem nascendo atrás do monte
com um belo luar, como se incendiando o horizonte,
clarão tão suave, que parece amenizar o calor.
Aqui na escuridão, meu corpo se mantém oculto,
mas logo, a lua iluminará meu silencioso vulto,
não mostrará que é um poeta, mas um pescador.
Estou escondido, hoje a fogueira não está acesa,
ficando assim, sinto-me mais integrado a natureza,
pois junto das árvores, tenho delas a mesma cor.

Percebo que a claridade da lua já me refresca,
e nessa noite está sendo abundante minha pesca,
sou um pedaço da terra, aqui nessa margem de rio.
Por isso, nunca matar um inseto, tenho por costume,
pertenço a ela, como também pertence o vagalume,
já estavam aqui, não foi minha mão que construiu.
Como pescador, tenho para mim mesmo prometido,
nada destruir, cuidar, para nunca daqui  ser banhido,
pelos lugares que passar, não deixar um espaço vazio.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 30/11/2008
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