ME CATIVAS!

Vendo o doce

com que te delicias

me deleito

O ácido mel

entre a tua saliva delituosa

O salgado estridente

de tua voz rouca e pouca

amargando minhas narinas

em êxtase absinto

Sabores entre curvaturas

profanadas

e âmago encoberto

por clamores

Do átimo cortante

em demasia ou sutil

Das tuas bordas

rudes em planície ventosas

que degustam

e mutilam planaltos

Rasgando o verbo

e sangrando a hóstia

Ininterrupto!

Ininterrupto!

Vozes roçam

nos labirintos em desequilíbrio

Em fúrias lacrimosas

o corpo atende

Rasgando a epiderme

em lâminas de brasa

Dando adeus a sanidade

em sede purgente

Benditos ais!

Inflames ditos!

Rasgando

as memórias incertas

Trazendo os espasmos

da vida

Flutuas

e me deixas em óphis

Testemunho e não nego.

Acredito!

Me cativas!

Paris, 2008

Iva Tai
Enviado por Iva Tai em 15/11/2008
Reeditado em 16/11/2008
Código do texto: T1285033
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