ME CATIVAS!
Vendo o doce
com que te delicias
me deleito
O ácido mel
entre a tua saliva delituosa
O salgado estridente
de tua voz rouca e pouca
amargando minhas narinas
em êxtase absinto
Sabores entre curvaturas
profanadas
e âmago encoberto
por clamores
Do átimo cortante
em demasia ou sutil
Das tuas bordas
rudes em planície ventosas
que degustam
e mutilam planaltos
Rasgando o verbo
e sangrando a hóstia
Ininterrupto!
Ininterrupto!
Vozes roçam
nos labirintos em desequilíbrio
Em fúrias lacrimosas
o corpo atende
Rasgando a epiderme
em lâminas de brasa
Dando adeus a sanidade
em sede purgente
Benditos ais!
Inflames ditos!
Rasgando
as memórias incertas
Trazendo os espasmos
da vida
Flutuas
e me deixas em óphis
Testemunho e não nego.
Acredito!
Me cativas!
Paris, 2008