Como pássaros
Seus olhos me dizem o que já não quero ouvir
Olhos para o brilho das estrelas que me fazem d'alma sentir
Quantas dádivas agora, posso sentir tocar
Na vida que a carne escondera ao longo dos anos
Como poderia agora simplesmente esquecer
o que se passara em um coração que apenas fazia necessário ao bem
de um corpo que apenas se fazia necessário a carinhos?
Como poderá sentir um lábio que apenas transportava amor e bem-querer?
Na vida temos os sonhos que são vão com o raiar do dia
que normalmente vem com o ir do anoitecer
e que deixa no brilho que arde os olhos na manhã
a esperança do brilho de uma escuridão que não se sabe onde novamente irá aparecer.
Simples, pensar na luz do fim do túnel
quando se está lá, sente-se apenas o despediçar de momentos
de um amor radiante que brotou em um coração naturalmente jovem,
que hoje pena de velhice e sem ter forças, por tudo que viveu há tempos.
Como posso viver sem ar
Como viver sem água
São nesses vãos momentos que penso o quanto és importante em meu amar,
mas agora vejo que enquanto sofro, o que tenho é um coração com mágoa.
As águas correm sem rumo contornando o que o mundo lhe dá pelo caminho.
É neste pensamento que vejo o quanto de minha vida perdi
Acredito em que não faz outra coisa a não, meu coração partir;
A deixar de lado quem de tudo o que mais deseja, espera por um carinho.
A noite agora me fazem companhia por quanto tempo precisar
Acordo de um susto e vejo que não há mais estrelas,
O mundo cruel agora espera pela física da impertinência do capitalismo...
Preciso agora ir pra casa.
Voltar de onde, talvez nunca a deveria ter saído;
Vejo o longo caminho que me espera caminhar,
e como posso agora parar e senti-lo
Se nem ao certo sei, para onde estou indo,
para onde levam meus passos cantando.
Me acompanham alegres os pássaros
que aos pés de um ramo fraco que normalmente tendem a tombar,
mesmo sentindo-no ceder, continuam a cantar, sabendo que possuem asas,
e que não há perigo que não possam vencer ao poderem voar.