Diga a ela
Diga a ela
Que já não choro mais
Que minha boca
Não profere mais nem um ai
As noites e os dias
São cada vez mais de lua e sol
E que o frio que antes fazia
Agora jaz longe do peito meu
Diga a ela meu amigo
De que meus sonhos
Voltaram a assombrar o inimigo
Chamado pesadelo da tristeza
Voltei a falar um pouco mais
E tenho até sorrido mais um pouco
Já que antes minha risada era sem graça
E minha cara era de louco
Diga a ela Ventania
Que andas soprando a vela do meu barco
Pra longe da cercania
De tudo e todos que me fazem lembrá-la
Ah! Como é bom
Poder olhar o horizonte
Abrir um livro, ligar o som
E saber que amanhã tudo vai ser ontem
Diga a ela lua
Que somente durante meu silêncio
É que ela invade minha casa, minha rua,
E meu pensamento que por instante se descuidou
Queria que ela soubesse que a esqueci
Mas que ela é lembrada em meus poemas
Contudo, a poesia mora em mim
E por fim, tudo isso faz dela meu grande dilema