Poesia do cotidiano...
Tão logo amanheceu o dia
Levanto da cama, ao lado fria...
Cadê a poesia?
Acordando no chuveiro,
Nossa que água fria!...
Tou de mal com a poesia!
Da copa à cozinha
Cheirando a café sem açúcar
Cética, minha fé caduca...
Não existe poesia!
Crianças em fila no portão
Sorrisos e acenos de mãos,
No coração alguém sorria...
Será a poesia?
Volto catando ecos e brinquedos
Nos costumeiros rastros da alegria,
Sem dúvida ali estava, eu a via...
Ah, a poesia!
Olho em direção à rua
Ainda vestido no voil da manhã
De mãos dadas com o sol,
Lá está o meu dia...
Arre, tanta poesia!
No arvoredo a passarada
Em alegre sinfonia
Não poupa na melodia...
Como é linda a poesia!
Na cozinha, ainda cheirando a café
Vejo-o de pé, aguarda o desjejum
Nos olhos e na boca,
o doce igual a nenhum...
Hum... Gostinho de poesia!
Estende-me o olhar e a colher
Experimento a delícia e o que é...
Nos gestos, desejos se repetem:
Amor tenha um bom dia!
Encantadora poesia!
Marilú Santana – março/2006