SOU ASSIM
Quando de súbito venta uma melancolia
Recorro a meu velho companheiro e bom amigo...
Rico em folhas brancas e pautadas... convidativas
Desafiando-me a um demorado encontro comigo.
Escrevendo não há erros, sou eu viva
Caligrafada em textos da alma vindos
Que escorrem das minhas veias jorrantes
Rabiscando papel, agora não virgens, tingidos.
Ao escrever me encontro dentro de mim
Às vezes, as avessas, retraída, introspecta...
Contradizendo minha espontaneidade
Num diálogo/monólogo volto à tona esperta.
Alegremente dou ênfase ao texto escrito
Com letras de felicidade em risos soltos
Gosto desta mistura de águas remadas
Agora mar calmo, longe dos revoltos.
As letras fazem a festa, aparam arestas
Amarram e eternizam o pensar semente
Unindo em linhas finas e complexas
O que o ser humano deveras sente.