Janelas da vida
Mais do que as portas, as janelas me encantam,
entreabrindo as esperanças no espelho d’água,
fecundando sonhos semi-abertos como botões
que o roseiral irá parir onde as almas espreitam!
Almas floridas, atrás da liberdade que liberta
flanando pelo prazer da sonoridade do vento,
eternamente cantando entre os juncos no mato...
Há canção da terra em toda parte que haja fresta!
Se as janelas tivessem grade de madeira dura,
feito crianças, inventaríamos janelas especiais
para ouvir a orquestra sonora de cada aurora,
estalando beijo de amor em chuvas essenciais!
Sejam como forem as janelas porventura vistas,
a imaginação faz janelas livres rumo ao jardim,
onde Deus junca as flores nivelando as arestas,
e a melodia que está em toda parte não tem fim!
Adoro as janelas desarmadas ao imprevisível,
que refutam a inibição dos benditos aromas
do chão chovido, sempre abrindo o adorável
caminho das almas vivas, que cantem as almas,
ecoando a melodia de vida em minhas janelas,
constantemente escancaradas à chuva e vento,
às flores de sorriso sincero com luz de estrelas,
que desnudam a alma e nutrem o pensamento!
Santos-SP-13/03/2006