POEMA INOCENTE...
Ele, ingénuo, voava nas suas fantasias
como ave-do-paraíso inocente...
Porque, quando pela rua via costas
de mulheres lostregantes,
imaginava
contemplar Mães Terra
incarnadas a rolarem rítmicas
as redondezas das nádegas.
É nesses momentos majestosos
que sublima nevoento seu espírito
até aos céus, onde habitam o Deus
quase perfeito, Apolo de músculo brilhante,
e a Deusa bela, Afrodite calipígia,
auroralmente formosa...
Sente então, só então,
o corpo glorificado
sumido num êxtase que o cinge a Ela
à maneira de abraço tecido de honestidades:
Ele, navegante nas invejas, olha-os em silêncio...