O poeta de Divinópolis
Edson Gonçalves Ferreira
Sou o poeta de Divinópolis
Não o único, mas um dos que canta a sua terra
O mais sagrado é o solo em que piso
A terra abençoada pelo Divino, protegida pela Virgem
Não procuro palavras rebuscadas
Minha gente fala uai, escrevo desse modo ingênuo
Quero a pureza da gente que, de tarde, diz inté logo
Volta para casa, toma um cafezinho e, à noite, contempla a lua
Talvez, tocando uma moda de viola
Sou o poeta de Divinópolis
Não o único, mas o que dispensa comentários de figurões
Escrevo o que sinto e isso é inaugural
Mais inaugural que os escritos de Salomão e de Davi
Afinal, os textos deles foram inaugurais para eles
E os meus são para mim e isso me basta
Sou o poeta de Divinópolis
Não o único, mas o que fala o que sente e não finge
Sou o que sou -- repito as palavras de Saulo de Tarso --
E a graça de Deus não ficou sem efeito em mim
Por isso sagro as palavras e com elas me consagro.
Divinópolis, 03.10.08