O VENDEDOR DE ILUSÕES...
Na praça onde sons se confundem
na balbúrdia correrias paulistanas
insano ritmo da megalópole pulsa
na algaravia de tantos ruídos
sobressaem-me aos ouvidos
doces cantilenas da sorte
pequeno periquito atende
com a música do realejo
retira no bico o bilhete
entrega para a consulente
o homem recebe da moça
e a moeda tilinta na caixa
ansiosa apreensiva
mensagem vaticina
futuras felicidades
grata ensaia um gesto
no afago na avezinha
encantada segue feliz
ao desempregado evasivas
os ensejos e melhores dias
sorri acalentando sonhos
para a senhora tristonha
da vida amarga solidão
alento novo esperanças
curioso comigo mesmo
questionei o que seria
se ousasse a consulta
percebi-me num átimo
ensimesmado e pueril
e desapontado partia...