POROROCA DE PAZ
Se chove muito
e a tarde é cinza,
o que faço com a poesia?
Rio, rio!
Um longo e caudaloso rio
no equinócio.
E minha esperança,
em maré viva,
invade seu curso
provocando uma pororoca de emoções.
na desembocadura da razão.
Derrubando os barrancos de tristeza
destruindo as ilhargas da aflição
e me levando a surfar na tranqüilidade.
E quem há de dizer que enlouqueci,
se na onda gigante de minha alegria
afogo as mágoas?