A vida é um enredo
  Em que o olhar se torna um ostensório
  Que expõe o espírito,
 Às vezes carente,  às vezes, difuso
Ou com a pureza  dos santos do éden celestial
 Ou, ainda, com as incertezas
 De um purgatório...
 
Nesse drama o homem é um ator
 De uma escala indefinida,
No teatro da vida.
 Não represento bem, faço o papel triste do carente
Na corte imaginária das rainhas do amor.
 
Quero partir, navegar no meu barco
Sem amarras que me prendam à ilusão,
Quero romper o cabo da âncora
Das minhas incertezas.
 
Partirei sem a âncora
 Que o fundeia e o fixa, para as reflexões.
É uma viagem que maltrata,
 Crucifica este timoneiro de sonhos em vão...
 
Não vejo o ancoradouro,
 Vejo a agitação
 Da vaga desordenada
 A destruir a ventura dos meus ideais,
Conquistados com a força de um mouro
No decorrer da minha vida, que é o tempo,
 Cheio de venturas e desditas.
 
E, como o meu, 
Seguem tantos barcos
Entre rosas e rosário dos santos,
Entre lágrimas dos oratórios
Dos sonhadores
 De peitos sob constrição...
 
Acordo com o sol a me iluminar
E a me mostrar
Que tudo era uma miragem,
Essa viagem que se instalou
 no meu sonho.
 
Tarcísio Ribeiro Costa
 
Tarcísio Ribeiro Costa
Enviado por Tarcísio Ribeiro Costa em 07/08/2008
Código do texto: T1117976