PASSANDO O TEMPO
Escrevo para passar o tempo
e o tempo ao passar
vai passando textura
em mim por inteiro.
Leio para fugir da ignorância
e a ignorância de carreira,
me procura à beira da arena
do besteirol do dia após noite.
Canto para espantar os males
que nunca são meus,
pois os meus eu os expulso
com porretadas e ponta pés.
Choro para afogar as mágoas
que nunca se afogam,
antes boiam sob as vagas
da minha dor,
despetelando a flor
que me serve de calma,
que afaga minha alma,
que me esconde na palma
da sua mão em concha,
como se eu fosse o seu dourado pólen!
Escrevo para passar o tempo
e o tempo ao passar
vai passando textura
em mim por inteiro.
Leio para fugir da ignorância
e a ignorância de carreira,
me procura à beira da arena
do besteirol do dia após noite.
Canto para espantar os males
que nunca são meus,
pois os meus eu os expulso
com porretadas e ponta pés.
Choro para afogar as mágoas
que nunca se afogam,
antes boiam sob as vagas
da minha dor,
despetelando a flor
que me serve de calma,
que afaga minha alma,
que me esconde na palma
da sua mão em concha,
como se eu fosse o seu dourado pólen!