Crisálida
Crisálida
Ana Marly de Oliveira Jacobino
Sorvo o seu néctar, níveo abundante,
flui livre, adocicado, grosso,
feito de uma energia latente.
Busco a cada gota, sentir,
umedecer os meus lábios no
sabor da sua carne intumescida,
ainda jovem, vibrante.
Vou então;
enroscando, lambuzando, pulsando,
meu corpo no seu corpo presente,
você, transmutada em puro êxtase,
Amamentando esse ser onipotente!
Mulher, esposa, mãe.
faxineira,operária, médica...
amada, amante,menina.
Mulher de mil faces, mil caminhos, mil vidas,
esconde no interior da sua carne retorcida,
mais um pequeno ser, um embrião,
assexuado, frágil, vida latente.
Graças ao seu corpo,
um dia virá ao mundo,
e se transformará:
Em mais um ser humano!