BALANÇO DA VIDA

A minha vida inteira

Eu escrevi poesia

Ela era companheira

Das desventuras do meu dia.

Também sempre estava comigo

Quando meu coração encontrava

Alguém que me dizia amar.

Os meus sonhos embalava

E, sempre escrevendo, encontrava

Palavras para rimar.

Dizia dos meus desgostos,

Dos sonhos que eu perdia.

Falava dos amores dos outros,

Das alegrias que eu vivia.

E quando uma lágrima descia,

Rolando pelo meu rosto,

Era aí que aparecia

Bailando na minha mente,

Jorrando como água corrente

E um poema nascia.

Agora encontro meus versos

Escritos em livros, editados

E vejo que meu universo

Já não é tão limitado.

Pois, mesmo com o peso da idade,

Ainda sinto vontade

De criar versos, escrever.

E vejo com felicidade,

Ficarão para eternidade,

Mesmo depois que eu morrer.

(Lenir MMoura)