Galinho de briga
Edson Gonçalves Ferreira
Cuidado, meu
Galinho que canta demais não trepa no puleiro
Filho de peixe é peixinho
Nada como um pato
Não durma no ponto, meu
Não seja como um cão enfezado
Que ladra, mas não morde
Não pense muito,
De tanto pensar, morreu um burro
Não carregue livros à toa,
Meu pai dizia: lá vai um burro carregado de livros
Leia nas entrelinhas
Nas linhas, qualquer analfabeto lê
Para quem sabe lê, de verdade, um pingo é letra
A voz do povo é a voz de Deus
Mas não Deus não fala à toa
Assim, quando Ele falar, baixe as orelhas
Os mais velhos já diziam
Quando um "burro" fala, o outro baixa as orelhas
Eu não sou cartomante,
Não trago o seu amor em três dias,
Mas lhe dou minha amizade por trezentos anos
E, atenção, quem com ferro fere com ferro será ferido
Tenha a minha amizade, mas não suba no meu galho
Cada macaco no seu galho, né não?
Agora, maluco é quem rasga dinheiro
Eu só rasgo é o verbo para brincar com as palavras
E fazer delas uma ponte de amor
Até brincando com versos como agora
E, se você achar ruim,
Vai ver se estou na esquina, vai
E seu estiver lá, vê se me erra, meu!
Divinópolis, 14.07.08