phu-bach

a boca toda suja

pontinhos que gargalhavam

respingos nos rostos alheios

em gorjeios, em gorjeios,

os pássaros cantavam na sala

eram os acordes

deliciosamente repetitivos

e maravilhosamente entoados

pela bela orquestra de câmara

executando trechos

que quanto mais pareciam os mesmos

mais se tornavam esplêndidos

e a boca continuando

a soltar

pingos de phu-bach

pelo salão

e o garção e o maestro

a gargalhar

e a gente deitado na cama

ao som da orquestra de câmara

ou limpando a boca

com o dorso do guardanapo

o tecido phino e macio

do papel era um sopapo

no que pensávamos que phosse

phelicidade

e o pior é que era

phelicidade mesmo

Rio, 28/11/2007