MATUTO CLASSUDO
Lá pras bandas do sertão
Na terra dos poetas...
Nasceu um menino sambudo
Hoje homem feito, matuto metido a classudo.
Menino eu sei a sua história
Conheço bem essa gente...
Cresce feito gado solto no pasto
Agora se mete a inteligente.
Todo metido a garboso
Com olhar atraente...
Joga charme e sorrir
Cai-se na rede de repente.
Quando me apercebi
Estava toda enrolada...
Sem fazer esforço pra sair
Cada vez mais a rede colada.
Nem sou peixe, nem nado!
Fui fisgada por um anzol
Trazida à tona da vida
Abrindo-se em flor girassol.
Menino você tem azougue
Ou ímã que me atrai...
Sigo feito sonâmbula...
Braços rígidos, num abraço se contrai.