TALVEZ





Talvez
O vento sopre
Demasiadamente
E esqueça a flor azul

Talvez
As tardes caminhem
Pelas névoas e tijolos
Sem que o verão
O acompanhe

Talvez
A luz do abajur
Se enrole nas teias das tarântulas
Sem que descubra o fim
Do labirinto

Talvez
O repouso da ave
Seja silencioso
E que seu ninho
Não seja revestido
De grão do trigo

Talvez
O tesouro na ilha
Se esqueça dos mares
E derrube a rajada
Do furacão

Talvez
Não achas o
Fim do meu amor
Glória
E poesia
Desde então;
Sou o infinito.




Imagem: La promerade - Renoir 
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 26/06/2008
Reeditado em 26/06/2008
Código do texto: T1052032
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