Expectativas

Planos, projetos, desejos caminham ao lado

de cada passo dado, à-toa, medido, perdido...

E eles voltam, e cobram e reclamam e ... descansam?

Que nada! De mansinho, sorrateiros, apressados,

perdem a paciência. Ou esperam e envelhecem,

mas não morrem -- parecem pragas, ervas daninhas.

Alimentam e sufocam, sem saber onde ficar,

angustiam, salamargam vidas e vidas, convictos

da utilidade entranhada, nas veias, como

necessários companheiros do homem.

E animam, estimulam, envolvem, empurram

ao desconsolo, à desilusão, à melancolia

e à incompreensão do outro que reclama,

pede juros, transfere, destaca, sofre ...

E sorriem, certos do alimento recebido, aliviados, felizes.

Misturam-se planos, projetos, desejos, traçados

de vidas pessoais como jóias inestimáveis de

um único patrimônio -- aceitam-se e aguardam o amanhã.

Ou revoltam-se, com o impossível e lógico coletivo

preparando as esperançosas humanas expectativas.

Madeinba
Enviado por Madeinba em 27/05/2008
Reeditado em 05/09/2008
Código do texto: T1007923
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.