Expectativas
Planos, projetos, desejos caminham ao lado
de cada passo dado, à-toa, medido, perdido...
E eles voltam, e cobram e reclamam e ... descansam?
Que nada! De mansinho, sorrateiros, apressados,
perdem a paciência. Ou esperam e envelhecem,
mas não morrem -- parecem pragas, ervas daninhas.
Alimentam e sufocam, sem saber onde ficar,
angustiam, salamargam vidas e vidas, convictos
da utilidade entranhada, nas veias, como
necessários companheiros do homem.
E animam, estimulam, envolvem, empurram
ao desconsolo, à desilusão, à melancolia
e à incompreensão do outro que reclama,
pede juros, transfere, destaca, sofre ...
E sorriem, certos do alimento recebido, aliviados, felizes.
Misturam-se planos, projetos, desejos, traçados
de vidas pessoais como jóias inestimáveis de
um único patrimônio -- aceitam-se e aguardam o amanhã.
Ou revoltam-se, com o impossível e lógico coletivo
preparando as esperançosas humanas expectativas.